quinta-feira, 24 de março de 2016

Meu erro... meu não, do PT

Em 2002, o PT chegou ao poder. Maravilha. Depois de mais de 500 anos teríamos um proletário na Presidência. Tudo vai ser diferente, daqui pra frente. Comemoramos.

Lula precisou jogar segundo as regras do jogo para ser eleito. Aceitou ser embalado para presente, surgiu o Lulinha paz e amor, com a barba aparada e bons ternos. Ouviu-se o marqueteiro. Deu certo. Eleito, tinha que governar. Fez o que todos os governos faziam, o chamado toma lá dá cá da política. Em busca de apoios, distribuiu cargos entre os aliados, trouxe para o governo as velhas raposas dos outros partidos.

Sem dúvidas foi bom. O país retomou sua auto-estima, cresceu, redistribuiu renda, diminuiu as desigualdades sociais, implantou políticas públicas inovadoras, dobrou o número de jovens nas universidades, tirou 36 milhões da miséria, incentivou o mercado interno, etc, etc...

Era assim, o PT governava, mas o PTB tinha o controle dos Correios, o PMDB do DNIT, Portos e onde mais tivesse orçamentos graúdos. E por ai seguia. Era a tal da governabilidade, as tais regras não escritas da política nacional. Quando estourou o escândalo de corrupção nos Correios, que era da cota do PTB, Roberto Jefferson inventou (depois ele mesmo admitiu isso), a história do Mensalão. 

A Globo caiu matando. O resto da imprensa idem. Em cima do PT, lógico. Eles não eram os éticos? Olha só, que vergonha.... enquanto isso, o Governo continuava despejando milhões em verbas publicitárias nestes mesmos veículos de comunicação. Mas, porquê? Ah, eles são poderosos, melhor não comprar briga, diziam... Ali, começou o trabalho de incitação ao ódio contra o PT. 24 horas por dia.

Franklin Martins até que comprou briga com o PIG, ao pulverizar a verba publicitária em inúmeros veículos, dividindo melhor o bolo e contrariando os interesses do grandes grupos de mídia, até então privilegiados. Tornou-se um inimigo do PIG, quase tão perigoso (na ótica deles) quanto José Dirceu.

 Depois dele, já no Governo Dilma,  veio Helena Chagas na SECOM. Era uma tentativa de armistício com a mídia. Deixamos alguém que vocês querem na SECOM e teremos um pacto de cavalheiros. Até que o PIG começou a bater abaixo da linha da cintura e o governo percebeu que não  pode ser "republicano" com o inimigo. Ele não jogará limpo. Mas já era tarde. 

A casa grande nunca iria aceitar um governo que não a representasse. Mas, o medo da mídia não levou ao enfrentamento. O PT não poderia ter feito as mesmas práticas "normais da política", nem ser ingênuo ao ponto de acreditar que teria o mesmo tratamento da mídia que seus antecessores tiveram.

Dai que agora, quando a Globo já é hostilizada nas ruas, nos estádios de futebol, nas manifestações, identificada como "golpista", é exemplar  o professor da PUC SP que se recusa a dar entrevista para ela, porque não concorda com o jornalismo que a emissora pratica e com o ódio que ele dissemina na população. Na mesma semana, eis que já surge um outro caso de recusa em participação no seu "teatrinho" global.

É isso. Não adianta imaginar que simplesmente aparecendo no plim plim estaremos "ocupando espaços". Exceto que seja para o esculacho, como na foto ao lado. Fora isso, dentro das "regras deles", nunca permitirão. Não sejamos ingênuos. Já deveríamos ter superado esta ilusão há tempos. É preciso enfrentar o inimigo (como Lula mesmo disse). E para isso, mostrar que não se compactua com suas práticas é um tapa bem dado na cara. Eles, que já perderam quase toda a sua credibilidade e audiência, que se preocupem. A internet divulga tais fatos. E isso os deixa malucos, como o episódio do triplex em Paraty.

Como diziam os Paralamas: "O meu erro foi crer que estar ao seu lado, bastaria...era tudo que eu queria". Mas, não. A casa grande não aceita a senzala.


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