
O senhor saiba: eu toda a minha vida pensei por mim, forro, sou nascido diferente. Eu sou é eu mesmo. Divêrjo de todo o mundo...Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa". (Grande Sertão: Veredas, João Guimarães Rosa)
Nestes tempos em que todos ~pensam~ conforme a mídia determina, isso me faz divergir de muitos. Até porque é mais fácil acreditar em soluções mágicas e imediatistas. Se todos concordam que o diabo é vermelho, é só exterminar todos os vermelhos e seremos felizes.
Mas, o diabo é sorrateiro. Dizem que ele até usava uma igreja para receber propina. Tem várias contas ilegais no exterior, falam em US$ 20 milhões bloqueados. Mas, em nome de "acabar com a corrupção" ele comanda um golpe contra uma presidenta honesta, legitimamente eleita e que não é acusada de nenhum crime.

Para completar, hoje o PP anunciou que também votará pelo impeachment. Sim, o partido mais envolvido na corrupção da Petrobrás (21 de seus 45 representantes estão sendo indiciados no escândalo). Mas, claro, lutam contra a corrupção...mas só aquela, a dos que se vestem de vermelho. http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/quase-metade-do-pp-sera-investigado-veja-a-distribuicao-por-partido/

O dinheiro da corrupção servia, basicamente, para garantir as eleições destes políticos. Dizem que o diabo teve uma campanha milionária e ainda financiou vários outros parlamentares. Teria sido assim que alcançou a presidência do inferno.
http://www.cartacapital.com.br/politica/a-rica-campanha-de-eduardo-cunha-7122.html
No meio do redemoinho, desconfio de muita coisa. Listo-as aqui:

- Se o golpe fracassar, o tal diabo sai da vida pública e entra na vida carcerária (A Procuradoria Geral da República pediu pena total de 184 anos). Vários outros notórios corruptos também experimentarão as consequências do "doa a quem doer".
- O fim do financiamento privado de campanhas ajudará a acabar com a corrupção generalizada na política nacional.
- A Constituição não será rasgada. Ditadura nunca mais.
- O Vice-Traidor se recolherá em seu mausoléu e não será mais visto à luz do dia.
- O Judiciário deverá ser questionado pelos excessos permitidos. O Ministro Eugênio Aragão sabe o caminho: diz ser necessário o "accountability", ou seja, uma mistura de "responsabilização e ética".
- O Governo compreenderá que o golpe só foi derrubado porque o povo ocupou as ruas. E voltará a governar para este povo. Afinal, foi ele quem expulsou o diabo do meio da rua.
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