segunda-feira, 9 de maio de 2016

O contra-golpe de Maranhão

Gosto das artes marciais. Elas nos ensinam usar a força e a agressividade do adversário contra ele mesmo. Esta imagem do Aikido ilustra bem.

Segundo o parecer do Ministro do STF, Teori Zavascki, no relatório de sua liminar que afastou Eduardo Cunha da Presidência da Câmara "a necessidade de visualização de que as condutas ilícitas e espúrias praticadas pelo ora Presidente da Câmara dos Deputados não estão sob o manto da proteção absoluta do mandato que lhe foi conferido pelo sufrágio e, sobretudo, pela eleição realizada no âmbito daquela Casa. O Presidente da Câmara dos Deputados não tem franquia para, diante do mandato que ocupa provisoriamente, praticar condutas que diretamente infrinjam o sistema jurídico sem que daí não advenham consequências, inclusive de natureza cautelar penal".

Então, a Advocacia Geral da União, entrou com recurso, dentro dos prazos previstos em Lei, contra a votação do impeachment pela Câmara dos Deputados, por conter falhas em sua conduta. Uma irregularidade foi que os partidos orientassem o voto (e até por isso pudessem cassar os deputados que votassem em desacordo com a orientação partidária) e, outra, a falta de oportunidade para que a acusada (no caso, a Presidenta Dilma) se defendesse em plenário, antes da votação.

Hoje, o presidente interino da Câmara, Deputado Waldir Maranhão aceitou o recurso da AGU e cancelou as sessões dos dias 15, 16 e 17 de abril, que trataram da votação.

Se Cunha, na ânsia de cassar Dilma, atropelou o Regimento da Câmara, tais atos tem que ser anulados. No STF, o Ministro Marco Aurélio Mello já fez afirmação neste sentido.

Estes são os fatos. Vamos às especulações:



  • Se o Senado tentar dar prosseguimento ao impeachment, estará ciente de que se trata de um processo reconhecidamente irregular, que poderá ser questionado tanto no STF como nas Cortes Internacionais que o Brasil faz parte.
  • Maranhão poderia também aceitar que o pedido de impeachment inclua a cassação de Michel Temer (eleito junto com Dilma e que também assinou as tais "pedaladas"). Será que a nova votação seria a mesma? 
  • Há ainda a possibilidade de Cunha ter sua prisão decretada a qualquer momento por Teori Zavascki. Será que ele ficará quietinho ou delatará as armações de Temer e do QG Golpista?

O tempo é inimigo das "armações". Os golpes vão se tornando conhecidos e ai, permitem que o inimigo reaja, contra-golpeando.

Entende-se aí o clima de velório na Globonews e na imprensa golpista em geral.


Anule-se tudo que escrevi acima. Era pegadinha do Cunha. Rá!

Um comentário:

  1. FFrajola, ver a globo em pânico não tem preço. E mesmo que só por isso, valeu Maranhão.

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